Abordagem Inteligente para soluções auditivas
Mogi e Suzano

11 2610-0640

Guarulhos

11 2087-2463

WhatsApp

11 9 4749-6385

Ronco, Apneia e Zumbido: Como se Relacionam

Ronco, Apneia e Zumbido: Relações e Impactos na Saúde

Introdução

Os distúrbios relacionados ao sono e à audição afetam milhões de pessoas em todo o mundo, impactando significativamente sua qualidade de vida. Entre estes, o ronco, a apneia do sono e o zumbido estão entre os mais comuns e, muitas vezes, inter-relacionados. Compreender a natureza desses problemas, suas causas, consequências e possíveis tratamentos é essencial para quem sofre com eles ou conhece alguém que sofra. Este artigo visa fornecer informações abrangentes sobre cada um desses distúrbios, explorando também como eles podem estar conectados entre si.

O Que É o Ronco?

O ronco é um som produzido durante o sono, resultado da vibração de estruturas na via aérea superior. Quando dormimos, os músculos da garganta relaxam, e esse relaxamento pode causar um estreitamento parcial das vias respiratórias. O ar que passa por essa passagem estreitada faz com que os tecidos moles, como o palato mole, a úvula (campainha) e partes da faringe vibrem, produzindo o som característico do ronco.

Tecnicamente, o ronco é considerado um ruído respiratório que ocorre principalmente durante a inspiração, embora possa ocorrer também durante a expiração em alguns casos. A intensidade do ronco pode variar desde um leve ruído quase imperceptível até sons muito altos que podem ser ouvidos de outros cômodos.

Do ponto de vista fisiológico, o ronco ocorre devido a:

  • Turbulência do fluxo de ar: Quando o ar passa por uma via estreitada, cria-se turbulência
  • Vibração dos tecidos: Os tecidos moles vibram em resposta a essa turbulência
  • Ressonância: As estruturas do trato respiratório atuam como caixas de ressonância, amplificando o som

O ronco pode ser:

  • Posicional: Ocorre apenas em determinadas posições, geralmente quando a pessoa está deitada de costas (decúbito dorsal)
  • Constante: Presente em qualquer posição
  • Intermitente: Ocorre em certos momentos da noite
  • Cíclico: Associado a padrões respiratórios específicos, como na apneia do sono

O Que É a Apneia do Sono?

A apneia do sono é um distúrbio respiratório caracterizado por interrupções na respiração durante o sono. Essas pausas respiratórias duram pelo menos 10 segundos e podem ocorrer dezenas ou centenas de vezes durante uma noite. Após cada episódio de apneia, o cérebro detecta a falta de oxigênio e provoca um breve despertar (muitas vezes não percebido pelo paciente) para restaurar a respiração, resultando em fragmentação do sono.

Existem três tipos principais de apneia do sono:

  1. Apneia Obstrutiva do Sono (AOS): É o tipo mais comum, representando cerca de 85% dos casos. Ocorre quando há um bloqueio físico das vias aéreas superiores. Durante o sono, os músculos da garganta relaxam excessivamente, causando o colapso parcial ou total da via aérea. O ar não consegue passar adequadamente, apesar dos esforços respiratórios contínuos do diafragma e dos músculos torácicos.
  2. Apneia Central do Sono: Neste tipo, o problema está no controle neurológico da respiração. O cérebro temporariamente falha em enviar os sinais apropriados para os músculos respiratórios, resultando em pausa respiratória. Não há esforço respiratório durante os episódios. Representa aproximadamente 5-10% dos casos de apneia do sono.
  3. Apneia Mista: Combina características dos dois tipos anteriores. Geralmente, inicia-se como um episódio central (sem esforço respiratório) e termina como um episódio obstrutivo (com esforço respiratório, mas sem fluxo de ar devido à obstrução). Representa cerca de 5-10% dos casos.

A gravidade da apneia do sono é classificada com base no Índice de Apneia-Hipopneia (IAH), que mede o número de eventos respiratórios anormais por hora de sono:

  • Leve: 5-15 eventos por hora
  • Moderada: 15-30 eventos por hora
  • Grave: Mais de 30 eventos por hora

O Que É o Zumbido?

O zumbido, também conhecido como tinnitus, é definido como a percepção de som na ausência de uma fonte sonora externa. É uma experiência auditiva fantasma que pode se manifestar de diversas formas:

  • Sons contínuos: Apito, chiado, zunido, rugido
  • Sons pulsáteis: Sincronizados ou não com os batimentos cardíacos
  • Sons intermitentes: Cliques, estalos, crepitações

O zumbido pode ser classificado em:

  1. Zumbido Subjetivo: Percebido apenas pelo paciente, não podendo ser detectado por um examinador. Representa mais de 95% dos casos.
  2. Zumbido Objetivo: Pode ser detectado também por um examinador, geralmente com um estetoscópio ou microfone. Está frequentemente associado a causas vasculares ou musculares e é muito mais raro.
  3. Zumbido Neurossensorial: Relacionado a alterações no sistema auditivo periférico (cóclea) ou central (vias auditivas no tronco cerebral e córtex).
  4. Zumbido Somático: Associado a alterações em estruturas musculoesqueléticas da cabeça, pescoço ou mandíbula.

O zumbido é um sintoma, não uma doença em si, e pode estar associado a diversas condições:

  • Alterações auditivas: Perda auditiva neurossensorial, presbiacusia (perda auditiva relacionada à idade)
  • Exposição a ruídos: Trauma acústico agudo ou crônico
  • Alterações vasculares: Hipertensão, malformações arteriovenosas
  • Alterações metabólicas: Diabetes, disfunções tireoidianas
  • Medicamentos ototóxicos: Alguns antibióticos, anti-inflamatórios, diuréticos
  • Alterações neurológicas: Enxaqueca, esclerose múltipla

Como Ronco, Apneia e Zumbido se Relacionam?

Embora o ronco, a apneia do sono e o zumbido afetem sistemas aparentemente distintos (respiratório e auditivo), estudos recentes têm identificado importantes conexões entre estes distúrbios. Estas relações ocorrem em múltiplos níveis:

1. Relações Fisiopatológicas

Vias Neuronais Compartilhadas

O sistema nervoso autônomo desempenha um papel crucial tanto na regulação respiratória quanto na função auditiva. A hipóxia intermitente causada pela apneia do sono pode levar a alterações na excitabilidade neuronal e na plasticidade sináptica que afetam não apenas os centros respiratórios, mas também os núcleos cocleares e as vias auditivas centrais.

O núcleo do trato solitário, uma importante estrutura do tronco cerebral envolvida no controle respiratório, também recebe aferências dos núcleos cocleares. Alterações nesta estrutura podem, portanto, impactar ambos os sistemas.

Mecanismos Inflamatórios Sistêmicos

A apneia do sono, especialmente a obstrutiva, está associada a um estado de inflamação sistêmica de baixo grau. Este processo inflamatório é mediado por:

  • Hipóxia intermitente: Ativa fatores de transcrição pró-inflamatórios como o NF-κB
  • Fragmentação do sono: Altera a produção de citocinas inflamatórias
  • Estresse oxidativo: Aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio

Estes processos inflamatórios sistêmicos podem afetar estruturas sensíveis do ouvido interno, como as células ciliadas da cóclea, contribuindo para o desenvolvimento ou agravamento do zumbido.

Disfunção Vascular

A apneia do sono está associada a alterações na autorregulação vascular. Durante os episódios de apneia, ocorrem flutuações significativas na pressão arterial e na saturação de oxigênio, que podem comprometer a perfusão coclear.

O ouvido interno é particularmente sensível a alterações na perfusão, pois a cóclea é irrigada por uma artéria terminal (artéria labiríntica) sem circulação colateral significativa. Portanto, alterações no fluxo sanguíneo causadas pela apneia podem comprometer a função coclear e contribuir para o zumbido.

2. Fatores Anatômicos Comuns

Estruturas Craniofaciais

Certas características anatômicas predispõem tanto à apneia obstrutiva quanto a problemas otológicos:

  • Retrognatia (mandíbula recuada) está associada a maior risco de apneia obstrutiva e pode afetar a função da tuba auditiva
  • Macroglossia (língua aumentada) contribui para obstrução da via aérea e pode estar associada a alterações no pavilhão auricular em algumas síndromes
  • Alterações no palato afetam a patência da via aérea e a função da tuba auditiva

Disfunção Temporomandibular (DTM)

A DTM tem sido identificada como um fator de risco tanto para apneia obstrutiva quanto para zumbido somático. Alterações na posição da mandíbula podem:

  • Afetar o posicionamento da língua, contribuindo para obstrução da via aérea
  • Causar tensão nos músculos do ouvido médio (tensor do tímpano e tensor do véu palatino)
  • Alterar a relação entre a articulação temporomandibular e estruturas do ouvido médio

Estruturas Nasofaríngeas

Alterações nas estruturas nasofaríngeas, como hipertrofia de adenoides, desvio de septo nasal ou hipertrofia de conchas nasais, podem:

  • Contribuir para obstrução da via aérea, predispondo ao ronco e à apneia
  • Afetar a ventilação do ouvido médio pela tuba auditiva, criando condições que favorecem o desenvolvimento de zumbido

3. Evidências Epidemiológicas da Relação

Prevalência Aumentada

Estudos epidemiológicos têm demonstrado uma associação significativa entre distúrbios respiratórios do sono e zumbido:

  • Pacientes com apneia obstrutiva do sono apresentam uma prevalência de zumbido 1,5 a 3 vezes maior que a população geral
  • A gravidade da apneia (medida pelo IAH) correlaciona-se positivamente com a prevalência e a intensidade do zumbido
  • O ronco habitual, mesmo sem apneia diagnosticada, está associado a maior incidência de zumbido

Fatores de Risco Compartilhados

Ronco, apneia e zumbido compartilham diversos fatores de risco:

  • Sexo masculino: Maior prevalência em homens
  • Idade avançada: Aumento da prevalência com o envelhecimento
  • Obesidade: Fator de risco significativo para apneia e correlacionado com maior incidência de zumbido
  • Hipertensão arterial: Associada tanto à apneia quanto ao zumbido
  • Tabagismo: Aumenta o risco de ambas as condições

4. Interações Clínicas

Impacto do Tratamento

Um dos argumentos mais convincentes para a relação entre estes distúrbios vem da observação de que o tratamento de um pode afetar positivamente o outro:

  • O tratamento da apneia com CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) mostra melhora do zumbido em aproximadamente 40-60% dos pacientes
  • Aparelhos intraorais utilizados para tratamento de ronco e apneia leve a moderada também mostram efeitos positivos sobre o zumbido em alguns pacientes
  • Cirurgias para correção de obstrução da via aérea superior podem melhorar simultaneamente os sintomas respiratórios e o zumbido

Ciclo Hipóxia-Reoxigenação

O ciclo de hipóxia-reoxigenação que ocorre na apneia do sono pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento ou agravamento do zumbido:

  1. Durante os episódios de apneia, ocorre queda na saturação de oxigênio (hipóxia)
  2. Ao retomar a respiração, há rápida reoxigenação dos tecidos
  3. Este ciclo repetitivo gera estresse oxidativo e produção de radicais livres
  4. As células ciliadas da cóclea são particularmente sensíveis ao estresse oxidativo
  5. O dano às células ciliadas pode manifestar-se como zumbido

Fragmentação do Sono e Percepção do Zumbido

A fragmentação do sono causada pela apneia afeta a percepção do zumbido de maneiras importantes:

  • Reduz a capacidade de habituação ao zumbido (processo pelo qual o cérebro aprende a “ignorar” o som)
  • Aumenta a sensibilidade auditiva geral, podendo amplificar a percepção do zumbido
  • Compromete funções cognitivas relacionadas à atenção, potencialmente aumentando o foco no zumbido
  • Altera a produção de neurotransmissores envolvidos na modulação do zumbido, como serotonina e dopamina

5. Mecanismos Bioelétricos

Plasticidade Neural

Tanto a apneia do sono quanto o zumbido estão associados a fenômenos de plasticidade neural:

  • A hipóxia intermitente na apneia provoca adaptações nas redes neuronais envolvidas no controle respiratório
  • O zumbido está frequentemente associado a reorganização tonotópica do córtex auditivo após lesão periférica

Essas alterações plásticas compartilham mecanismos celulares e moleculares semelhantes, incluindo:

  • Alterações na expressão de canais iônicos
  • Modificações nas sinapses glutamatérgicas
  • Remodelação de circuitos inibitórios GABAérgicos

Oscilações Temporais

Tanto o ronco quanto o zumbido apresentam importantes características temporais:

  • O ronco tem um padrão rítmico relacionado ao ciclo respiratório
  • Muitos pacientes relatam flutuações circadianas na intensidade do zumbido
  • A fragmentação do sono na apneia altera os ritmos circadianos, podendo influenciar o zumbido

6. Efeitos da Pressão Intracraniana

A apneia obstrutiva do sono pode causar flutuações na pressão intracraniana:

  • Durante os episódios de apneia, o esforço respiratório contra a via aérea obstruída aumenta a pressão intratorácica negativa
  • Isso dificulta o retorno venoso do cérebro, elevando temporariamente a pressão intracraniana
  • Alterações na pressão intracraniana podem afetar a pressão perilinfática no ouvido interno
  • Desequilíbrios na pressão perilinfática estão associados ao zumbido em algumas condições, como na doença de Ménière

7. Conexões Neuroanatômicas Específicas

Sistema Trigeminal

O nervo trigêmeo fornece inervação sensorial para:

  • Estruturas da via aérea superior (incluindo o palato)
  • Parte da orelha média e interna

Alterações na sensibilidade ou tônus do sistema trigeminal podem, portanto, afetar tanto a patência da via aérea durante o sono quanto a função auditiva.

Conexões Autonômicas

O sistema nervoso autônomo desempenha papel importante em ambas as condições:

  • O sistema simpático ativa-se durante os episódios de apneia, contribuindo para despertares e fragmentação do sono
  • O desequilíbrio autonômico também está implicado no zumbido, afetando o fluxo sanguíneo coclear e a função das células ciliadas externas

8. Aplicações Clínicas da Compreensão dessa Relação

O reconhecimento da relação entre ronco, apneia e zumbido tem importantes implicações para a prática clínica:

Avaliação Integrada

Pacientes que apresentam qualquer um desses distúrbios devem ser avaliados quanto à possível presença dos outros:

  • Pacientes com ronco habitual ou apneia diagnosticada devem ser questionados sobre sintomas auditivos, incluindo zumbido
  • Pacientes com zumbido devem ser inquiridos sobre qualidade do sono, ronco e possíveis pausas respiratórias durante o sono

Abordagem Terapêutica Complementar

O tratamento deve considerar a possibilidade de benefícios cruzados:

  • Pacientes com apneia e zumbido podem se beneficiar prioritariamente do tratamento da apneia
  • O manejo do zumbido pode ser otimizado quando os distúrbios respiratórios do sono são adequadamente tratados
  • Abordagens que visam fatores comuns, como perda de peso ou tratamento da DTM, podem beneficiar ambas as condições

Priorização Terapêutica

Ao decidir sobre a sequência de tratamentos em pacientes com múltiplas condições, deve-se considerar:

  • A gravidade relativa de cada condição
  • O potencial impacto do tratamento de uma condição sobre a outra
  • A presença de fatores de risco cardiovascular que podem ser agravados pela apneia não tratada

Conclusão: A Importância da Abordagem Integrada

A compreensão da relação entre ronco, apneia do sono e zumbido destaca a interconexão dos sistemas fisiológicos no corpo humano. Estes distúrbios, tradicionalmente abordados por especialidades médicas distintas (pneumologia, otorrinolaringologia, neurologia), compartilham mecanismos fisiopatológicos, fatores de risco e, em muitos casos, responderam positivamente a intervenções direcionadas a qualquer um deles.

Você está sofrendo com ronco intenso, pausas respiratórias durante o sono ou zumbido constante nos ouvidos? Não espere mais para descobrir como estes problemas podem estar interligados! Nossa equipe multidisciplinar especializada está pronta para oferecer uma avaliação completa que identifica não apenas os sintomas isolados, mas a verdadeira conexão entre eles, proporcionando um tratamento mais eficaz e direcionado. Não permita que noites mal dormidas e dias comprometidos pelo zumbido continuem afetando sua qualidade de vida. Agende sua consulta hoje mesmo e dê o primeiro passo para uma solução definitiva que aborda a raiz desses problemas interconectados. Seu corpo agradecerá e você se perguntará por que não buscou ajuda antes!

AUDITIF
ON-LINE

Atendimento em 15 Minutos

PRECISO DE:
PREFERÊNCIA DE ATENDIMENTO: